sexta-feira, 20 de novembro de 2009

MUROS

Este mês comemora-se os 20 anos da queda do Muro de Berlim.
Uma queda que foi o culminar do processo da Perestroika iniciado em 1985 e que significou o início de uma nova fase na história mundial, uma viragem política no mundo.
Foi, também, o acto simbólico que decretou o encerramento de décadas de disputas económicas, ideológicas e militares entre o bloco liderado pelos Estados Unidos e o dirigido pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas USSS) terminando, assim, a chamada guerra fria.
Este momento de viragem significou, sobretudo, novas perspectivas e novas aberturas da sociedade.
Mas a história, a sociedade e o mundo mostram-nos que ainda existem muitos muros que não sendo grandes e assustadoras estruturas de betão e de cimento, têm uma influência negativa tão ou mais importante do que a que tinha o Muro em Berlim.
Os Muros das desigualdades, dos preconceitos, do racismo, da discriminação, da intolerância, das injustiças sociais, da corrupção, do impedimento da livre escolha de cada cidadão, do desconhecimento, do radicalismo religioso, da indiferença ou da ignorância são evidências constantes no quotidiano e insistem em moldar e condicionar a vivência de cada cidadão deste Mundo.
É por isso que todos os dias, nos nossos actos, nas nossas acções, na vida pessoal e pública devemos preconizar pequenas revoluções de mentalidades que vão contribuindo, paulatinamente, para a queda desses muros, bloqueadores do desenvolvimento equilibrado.
As reflexões sobre a existência destes “Muros” e sobre a importância da sua queda, não sendo um exercício exclusivo do presente, devem ser, sobretudo, uma evidência do futuro e uma preocupação de sempre.
Reafirmar a dignidade humana nas suas mais diversas vertentes, de género, territorial, de acesso aos recursos, nos direitos, liberdades e garantias e na dignificação humana é um dos mais importantes desígnios dos tempos modernos.
Não nos esqueçamos que foi o homem que construiu o Muro de Berlim e foi o homem que o conseguiu derrubar.
Da mesma forma que é o homem que insiste em criar “Muros” de intolerância e discórdia na sociedade, tendo de ser o homem a tudo fazer para que esses “Muros” caiam definitivamente.

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